Espaço dedicado aos alunos e professores do colégio Walfredo Siqueira Luna, Campina Grande - PB. Aberto também a qualquer visitante. Toda e qualquer referência a disciplina de História. Sua participação é fundamental para mantimento deste Blog.

sábado, 24 de julho de 2010

AULAS 9º ANO


A ERA VARGAS: POPULISMO NO PÓS-GUERRA NO BRASIL


VARGAS: "PAI DOS POBRES"




Getúlio Dornelles Vargas (1883 – 1954)





Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja (RS) a 19 de abril de 1883. Foi chefe do governo provisório depois da Revolução de 30, presidente eleito pela constituinte em 17 de julho de 1934, até a implantação da ditadura do Estado Novo em 10 de novembro de 1937. Foi deposto em 29 de outubro de 1945, voltou à presidência em 31 de janeiro de 1951, através do voto popular. Em 1954, pressionado por interesses econômicos estrangeiros com aliados no Brasil como Lacerda e Adhemar de Barros, é levado ao suicídio a 24 de agosto de 1954. Com uma bala no peito ele atrasa o golpe militar em 10 anos e “sai da vida para entrar na história”... Contrariamente ao que todos os governantes fizeram antes dele e vêm fazendo depois dele, o governo Vargas conquistou a vinda de técnicos estrangeiros para incrementar a nossa economia. Todos os outros governantes brasileiros antes e depois de Vargas colocaram, em maior ou menor grau, a economia brasileira a serviço de interesses estrangeiros. Por isso, apesar de todos os seus defeitos, é considerado O MELHOR PRESIDENTE QUE O BRASIL JÁ TEVE EM TODA A HISTÓRIA.
Por volta de 1894 estudou em Ouro Preto (MG), na Escola de Minas. Em 1898 torna-se soldado na guarnição de São Borja e em 1900 matricula-se na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo (RS). Não permaneceu lá por muito tempo, foi transferido para Porto Alegre (RS) a fim de terminar o serviço militar. Em março de 1904, matricula-se na faculdade de direito de Porto Alegre, onde conhece dois cadetes da escola militar, Pedro Aurélio de Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, dedicando-se, à ocasião, ao estudo das obras de Júlio de Castilhos (positivista, fundador do Partido Republicano no Rio Grande do Sul).
Formou-se em dezembro de 1907, começando a trabalhar como segundo promotor público no tribunal de Porto Alegre, mas voltou a sua cidade natal, São Borja, para exercer as lides de advogado. Em 1909 elegeu-se deputado estadual, foi reeleito novamente em 1913, mas renunciou em sinal de protesto a Borges de Medeiros, que governava o Rio Grande do Sul. Voltou à assembléia legislativa estadual em 1917, e foi reeleito em 1921. Em 1923 torna-se deputado federal, e em 1924 torna-se líder da bancada gaúcha na Câmara. Washington Luís é eleito presidente em 1926 e escolhe Getúlio Vargas como ministro da Fazenda, devido ao seu trabalho na comissão de finanças da Câmara, mas ocupou o cargo por menos de um ano, sendo escolhido como candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Eleito, tomou posse a 25 de janeiro de 1928.

Cenário Internacional



A quebra da Bolsa de Valores em Nova Iorque, em 1929, trouxe uma crise sem paralelo ao capitalismo. O mundo capitalista faliu. A única nação que vivia fora da jogatina da Bolsa de Valores, a União Soviética, foi a única infensa ao cataclisma.
O principal produto da pauta de exportações brasileiras à ocasião era o café. Produto de sobremesa. Em situações de crise, as sociedades humanas economizam com o supérfluo. Café é supérfluo. As exportações brasileiras sofrem vertiginoso decréscimo. Justamente os criadores de gado do Rio Grande do Sul e Minas Gerais e os produtores de cana-de-açúcar da Paraíba que são aqueles que “põem o dinheiro na casa chamada Brasil” estão sendo ludibriados pelos coronéis paulistas, que se organizam em torno do paulista Júlio Prestes para a sucessão de Washington Luís, ao invés de respeitar a “política do café-com-leite” que rezava ser agora vez de um político apoiado pelos mineiros. O rompimento é inevitável.
Num primeiro momento Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul e João Pessoa, da Paraíba, formalizam aliança contra os propósitos de Washington Luís.
As eleições que se realizaram no dia 1º de março de 1930 – fraudadas ao extremo – deram a vitória a Júlio Prestes. A Aliança Liberal recusou-se a aceitar a validade das eleições, afirmando que a vitória de Prestes deu-se apenas por meio da fraude. Além do mais os deputados eleitos em estados onde a Aliança conseguiu a vitória, não obtiveram o reconhecimento dos seus mandatos. A partir daí iniciou-se uma conspiração com base no Rio Grande do Sul.
No dia 26 de julho de 1930 João Pessoa foi assassinado por João Dantas. Aquele episódio, que a princípio não guardava características políticas, deu-se por motivos passionais, acabouu servindo como estopim para uma mobilização armada, que efetivamente se realizou a partir do Rio Grande do Sul em 3 de outubro. No dia 10 Vargas partiu de trem rumo a capital federal, temia-se que uma grande batalha se realiza-se em Itararé (fronteira do Estado do Paraná) onde as tropas do governo federal estavam acampadas para deter o avanço das tropas de Vargas. A batalha nunca se realizou pois os generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e mais o almirante Isaías de Noronha depuseram Washington Luís e formaram um junta governativa.
Em 3 de novembro de 1930, a junta passa o poder a Vargas que se faz chefe do governo provisório. Tratou de organizar o ministério, chamando Lindolfo Collor para o ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que foi criado no dia 26 de novembro, bem como Francisco Campos que ficou com a pasta da Educação e Osvaldo Aranha com a da Justiça.

Reação dos coronéis paulistas



Em 1932 explodiu a chamada “revolução constitucionalista” de 9 de julho em São Paulo. Aquela “revolução” não passou de uma revolta patrocinada pela oligarquia paulista a pretexto de exigir do governo federal a reconstitucionalização do país. De fato, os coronéis paulistas ansiavam por reassumir o poder através de eleições controladas por eles. A Era Vargas foi o ponto final na política da República Velha.
O movimento foi derrotado e Medeiros preso. Vargas, contudo, se sentiu pressionado a conceder a realização das eleições para uma Assembléia Constituinte em 5 de maio de 1933. A Constituição entrou em vigor em 16 de julho de 1934, juntamente a isso o Congresso realizou eleições indiretas e Vargas seguiu no poder, agora como presidente constitucional.
O período é marcado por polarização ideológica, de um lado a ANL (Aliança Nacional Libertadora) que integra comunistas, liberais, socialistas e cristãos, de um lado, e a AIB (Ação Integralista Brasileira), movimento inspirado pelo nazi-fascismo.
A ANL é posta fora da lei em 11 de julho de 1935. Sua extinção provocou a reação de setores militares identificados com seu programa político, neste contexto eclodiu em novembro de 1935 a chamada “Intentona Comunista” liderada por Luis Carlos Prestes, esta contudo se limitou ao levante de algumas guarnições militares em Natal (RN), Recife (PE) e do 3º Regimento de Infantaria na Praia Vermelha e da Escola de Aviação no Rio de Janeiro. Contava com o apoio do Kremlin mas com escasso apoio popular no Brasil e violenta repressão por parte do Estado varguista, foi sufocado sem grande dificuldade.
As eleições marcadas para 1938 estavam se aproximando, a oligarquia paulista lança a candidatura de Armando Sales de Oliveira, o próprio governo indicara o paraibano José Américo de Almeida. Vargas concebe a idéia de permanecer no poder e fecha o regime inaugurando o Estado Novo a pretexto de deter os planos de um golpe por parte dos comunistas, que queriam lançar o país à uma Guerra. Na realidade, o “Plano Cohen” fora forjado no interior do próprio governo para justificar perante a opinião pública nacional e internacional a sua permanência e o fechamento autoritário que promovia.
No dia 10 de novembro de 1937 Vargas deu o golpe ordenando o cerco do Congresso Nacional, determinando o seu fechamento e fazendo um pronunciamento onde anunciava a promulgação de uma nova Constituição que substituiria a de 1934. Tal Constituição já estava sendo elaborada a algum tempo por Francisco Campos que se inspirara na Constituição autoritária da Polônia, esta ficou, naturalmente, conhecida como "A Polaca".
A Constituição do Estado Novo previa a extinção dos partidos políticos, colocando na ilegalidade inclusive a Ação Integralista Brasileira. Esta tentou golpe, tomando de assalto o Palácio Guanabara em 11 de maio de 1938. Foi frustrada em seus propósitos.
Além da extinção dos partidos políticos, uma série de medidas foram tomadas para reprimir as oposições, tais como a nomeação de Interventores para os Estados, censura aos meios de comunicação realizada pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Tal órgão também cuidava de difundir a ideologia do Estado Novo, censurando, arquitetando a propaganda do governo e exercendo o controle sobre a opinião pública.
Em 1943 edita a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que garantia a estabilidade do emprego depois de dez anos de serviço, descanso semanal, regulamentação do trabalho de menores, da mulher e do trabalho noturno; a criação da Previdência Social e a instituição da carteira profissional para maiores de 16 anos que exercessem um emprego; a jornada de trabalho foi fixada em 8 horas de trabalho, antiga reivindicação dos trabalhadores brasileiros.
Em 19 de março de 1931 foi criada a Lei de Sindicalização, ou seja os estatutos dos sindicatos deveriam, a partir daquela medida, ser aprovados pelo ministério do Trabalho. Enfim, Vargas assumia o controle do movimento operário nos moldes da Carta del Lavoro de Benito Mussolini na Itália.
Vargas objetivava com esta política trabalhista, favorável aos operários, conquistar o apoio das massas populares ao governo. Tal política paternalista buscava ainda anular as influências da esquerda, desejando transformar o operariado num setor sob seu controle, para ser usado pelo jogo do poder. A mesma política foi praticada à mesma época por Juan Domingo Perón na Argentina e Lázaro Cárdenas, no México.




Economia



A crise internacional de 1929 que, como vimos acima, atingiu em cheio a economia brasileira, diminuindo nossas exportações, aumentando nossos estoques de café e baixando o preço do produto. Por pressão dos coronéis paulistas, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café que implementou a "política de sustentação" através da compra e queima dos excedentes que estavam estocados em depósitos do governo. A queima de 17,2 milhões de sacas em 1937 e nos anos seguintes provocou a redução dos preços do produto no mercado internacional.
As dificuldades enfrentadas pelo setor agrícola conduziram o governo a investir no desenvolvimento industrial como saída para a nossa dependência externa. A Segunda Guerra Mundial reduziu a oferta de artigos industrializados. Isso obrigou a substituição destas importações, fomentando o desenvolvimento das indústrias locais. Implementa-se ainda uma política de exploração das riquezas nacionais, com o Estado participando das atividades econômicas principalmente aquelas vitais que precisam de estímulo governamental para desenvolver-se, como a siderurgia e a do Petróleo.
As medidas econômicas tinham características nacionalistas, como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, que iniciou a construção da Usina de Volta Redonda com financiamentos norte-americanos. Isso se deu principalmente devido ao estreitamento das relações entre o Brasil e os EUA em 1942, para fazer face ao esforço de guerra. Neste mesmo ano veio ao Brasil uma Missão Técnica estadunidense que trabalhou em projetos como a Companhia Vale do Rio Doce, que explorava e exportava minérios, e a Hidrelétrica de Paulo Afonso. Vargas cria também o Conselho Nacional do Petróleo que objetivava diminuir a dependência brasileira do combustível, controlando o refino e a distribuição.
Contrariamente ao que todos os governantes fizeram antes dele e vêm fazendo depois dele, o governo Vargas conquistou a vinda de técnicos estrangeiros para incrementar a nossa economia. Todos os outros governantes brasileiros antes e depois de Vargas colocaram, em maior ou menor grau, a economia brasileira a serviço de interesses estrangeiros. Por isso, apesar de todos os seus defeitos, é considerado O MELHOR PRESIDENTE QUE O BRASIL JÁ TEVE EM TODA A HISTÓRIA.
Em troca da ajuda norte-americana, o Brasil deu o seu apoio aos aliados na Segunda Guerra Mundial, rompendo relações diplomáticas com as nações do Eixo. O afundamento de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães – reza a lenda que teriam sido navios estadunidenses usando bandeiras nazistas para forçar o Brasil a ingressar na Guerra ao lado dos estadunidenses, contrariamente ao que Perón, por exemplo, na Argentina fez, adotando a neutralidade e aproveitando para crescer. De todo o modo, sob Vargas, o Brasil se aproveitou muito bem da situação para desenvolver-se. O Brasil declara guerra à Alemanha em 22 de agosto de 1942, enviando a FEB (Força Expedicionária Brasileira) para lutar na Itália. Sua participação não foi tão relevante para a vitória dos aliados, mas foi importantíssima para o final do autoritarismo no Brasil. Pracinhas que foram à Europa lutar contra regimes autoritários, voltam ao Brasil e aqui encontram... Um regime autoritário! Getúlio demonstrou-se favorável em 1943 à redemocratização do país, mas só quando a guerra tivesse se encerrado.
Em outubro de 1943 políticos de Minas Gerais, elaboram um manifesto repudiando o Estado Novo, o chamado "Manifesto dos Mineiros". Em 1944 começam a chegar relatórios sobre as tropas brasileiras na guerra que davam conta do desejo de redemocratização.
Em 28 de fevereiro de 1945 a Constituição de 1937 recebeu um ato adicionou que possibilitava fixar as eleições presidenciais e logo destacaram-se duas candidaturas a do Brigadeiro Eduardo Gomes que se opunha a Vargas e a do General Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra de Getúlio.
Neste período também se criaram três partidos políticos, a UDN (União Democrática Nacional) conservadora, direitista e anti-Vargas, o PSD (Partido Social Democrático) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), criados sob a inspiração de Vargas.
Em 22 de abril concede a anistia a todos os presos políticos, inclusive Luís Carlos Prestes. A 28 de maio fixa a data das eleições para 2 de dezembro daquele ano.
A oposição temia que Getúlio inviabilizasse a realização de eleições presidenciais, como já fizera pelo menos duas vezes, em 1934 e 1938. Progredia a conspiração que desejava depor Getúlio Vargas, o que efetivamente ocorre a 29 de outubro de 1945, quando tropas do Exército cercam o Catete e o obrigaram a renunciar. A presidência foi ocupada interinamente por José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal e Vargas foi para o auto-exílio em São Borja.
Dutra é eleito presidente e Getúlio Senador pelo Rio Grande do Sul e por São Paulo, além de Deputado Federal pelo Distrito Federal além de mais seis Estados. Optou pelo cargo de Senador, passando à oposição ao governo Dutra. Em 1950 lança sua candidatura à presidência juntamente com Café Filho pelo PTB e PSP (Partido Social Progressista). É eleito e assume o poder a 31 de janeiro de 1951.
Eleito com o propósito de implantar reformas nacionalistas, desde o início do seu mandato sofreu vigorosa oposição por parte da direita – a atuação de Carlos Lacerda, governador do Rio, e de Adhemar de Barros, governador de São Paulo, que em suas freqüentes viagens aos EUA urdiam um golpe contra Getúlio manifestava-se abertamente em artigos vigorosos e em programas de rádio com uma virulência e eloqüência sem paralelo na história nacional. Lacerda foi um canalha. Mas como aquele canalha falava bem, sô!
Getúlio inicia campanha pela nacionalização total do petróleo com o slogan "o petróleo é nosso", o que culminaria com a criação da Petrobrás em 1953. Pelos acordos a que foi compelido a submeter-se a Petrobrás ficaria com o monopólio de perfuração refino de Petróleo, enquanto a distribuição do produto permaneceria com as empresas privadas.
Naquele período Vargas entra em constantes atritos com empresas estrangeiras acusadas de enviar excessivas remessas de lucro ao exterior. Em 1952 um decreto institui o limite de 10% para as tais remessas.
Em 1953 nomeia João Goulart, importante líder do PTB, para o Ministério do Trabalho, com o objetivo de criar uma política trabalhista aproximando os trabalhadores do governo, Goulart concede um aumento de 100% ao Salário Mínimo e é praticamente canonizado pelos trabalhadores brasileiros e crucificado pelo empresariado multinacional.
Jango causava profundo descontentamento entre os militares que em 8 de fevereiro de 1954 entregaram um manifesto ao Ministério da Guerra (Manifesto dos Coronéis). Getúlio pressionado e buscando a conciliação, opta por afastar João Goulart.
Lacerda lidera um poderosa, diabólica e brilhante campanha difamatória contra Getúlio Vargas com vistas a afastá-lo para tornar mais simples a entrega das riquezas brasileiras ao grande capital estadunidense, o que contrariava frontalmente os interesses do povo brasileiro e do presidente Getúlio Vargas. Levanta os ânimos contra o presidente e ele procura mais do que nunca amparar-se nos trabalhadores. A 1º de maio de 1954 concede finalmente o prometido aumento de 100% no Salário Mínimo. A oposição no congresso entra com um pedido de impeachment, mas Getúlio tem maioria.
A imprensa conservadora, particularmente o jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda segue em sua campanha contra o governo. Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre um atentado que matou o major-aviador Rubens Florentino Vaz. Aquela infelicidade, um agudização da crise política. As investigações demonstraram o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio. Fortunato acabou sendo preso e Lacerda passou a infernizar ainda mais a existência de Getúlio.
A pressão da oposição tornou-se mais intensa, no Congresso e nos meio militares: exigia a renúncia de Vargas. Cria-se um tal clima de tensão que culmina com o tiro que Vargas dá no coração na madrugada de 24 de agosto de 1954. Antes de suicidar-se escreveu uma Carta-Testamento, na realidade seu testamento político. Ei-la:
"Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 mEscolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)ilhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.






No dia 23 de agosto acessei esta página para ler a carta de Getúlio Vargas. A ISTO É nº 1820 de hoje, 25 de agosto, na página 20 publicou a chamada Carta da Despedida verdadeira. Não são dados maiores detalhes sobre a veracidade da mesma, porém por estar disponível para uma exposição pública, merece alguma credibilidade inicial. Gostei deste Site pela liberdade de expressão com responsabilidade e por isto divulgo o texto que poderá causar polêmica por ser dita como a VERDADEIRA carta de despedida de Getulio Vargas.Carta de despedida "Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte. Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa. Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país, contra a minha pessoa. Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria ensejo para com fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao senhor, não de crimes que contrariei ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde.... Getúlio Vargas "

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Aos Alunos do 6º ano

(continuação do conteúdo Grécia antiga)


Atenas

Introdução:



Esparta foi uma das principais polis (cidades-estado) da Grécia Antiga. Situava-se geograficamente na região sudeste da Península do Peloponeso. Destacou-se no aspecto militar, pois foi fundada pelos dórios.A cidade de Esparta foi fundada no século IX a C pelo povo dório que penetrou pela península em busca de terras férteis. Quatro aldeias da região da Lacônia uniram-se para formar a cidade de Esparta. A cidade cresceu nos séculos seguintes e o aumento populacional fez com que os espartanos buscassem a ampliação de seu território através de guerras. No final do século VIII aC, os espartanos conquistaram toda a planície da Lacônia. Nos anos seguintes, Esparta organizou a formação da Liga do Peloponeso, reunindo o poderio militar de várias polis da região, exceto a rival Argos.
O poder militar de Esparta foi extremamente importante nas Guerras Médicas (contra os persas). Uniu-se a Atenas e outras cidades para impedir a invasão do inimigo comum. O exército espartano foi fundamental na defesa terrestre (Atenas fez a defesa marítima) durante as batalhas. Após as Guerras Médicas, a luta pela hegemonia no território grego colocou Atenas e Esparta em posições contrárias. De 431 a 404, ocorreu a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, que foi vencida pelos espartanos.


Sociedade Espartana:

Em Esparta a sociedade era estamental, ou seja, dividida em camadas sociais onde havia pouca mobilidade. A sociedade estava composta da seguinte forma:Esparcíatas: eram os cidadãos de Esparta. Filhos de mães e pais espartanos, haviam recebido a educação espartana. Esta camada social era composta por políticos, integrantes do exército e ricos proprietários de terras. Só os esparcíatas tinham direitos políticos.Periecos: eram pequenos comerciantes e artesãos. Moravam na periferia da cidade e não possuíam direitos políticos. Não recebiam educação, porém tinham que combater no exército, quando convocados. Eram obrigados a pagar impostos.Hilotas: levavam uma vida miserável, pois eram obrigados a trabalhar quase de graça nas terras dos esparcíatas. Não tinham direitos políticos e eram alvos de humilhações e massacres. Chegaram a organizar várias revoltas sociais em Esparta, combatidas com extrema violência pelo exército.

Educação Espartana:

O princípio da educação espartana era formar bons soldados para abastecer o exército da polis. Com sete anos de idade o menino esparcíata era enviado pelos pais ao exército. Começava a vida de preparação militar com muitos exercícios físicos e treinamento. Com 30 anos ele se tornava um oficial e ganhava os direitos políticos. A menina espartana também passava por treinamento militar e muita atividade física para ficar saudável e gerar filhos fortes para o exército.


Política Espartana:


  • Reis: a cidade era governada por dois reis que possuíam funções militares e religiosas. Tinham vários privilégios.

  • Assembléia: constituída pelos cidadãos, que se reuniam na Apella (ao ar livre) uma vez por mês para tomar decisões políticas como, por exemplo, aprovação ou rejeição de leis.

  • Gerúsia: formada por vinte e oito gerontes (cidadãos com mais de 60 anos) e os dois reis. Elaboram as leis da cidade que eram votadas pela Assembléia.

  • Éforos: formado por cinco cidadãos, tinham diversos poderes administrativos, militares, judiciais e políticos. Atuavam na política como se fossem verdadeiros chefes de governo.


Religião Espartana:


Assim como em outras cidades da Grécia Antiga, em Esparta a religião era politeísta (acreditavam em vários deuses). Arqueólogos encontraram diversos templos nas ruínas de Esparta. Atena (deusa da sabedoria) era a mais cultuada na cidade.

Esparta

Introdução:


Por volta dos anos 500 e 400 AC, esta cidade, fundada há mais de 3.000 anos, era a mais próspera da Grécia Antiga e possuía um poderoso líder: Péricles. Nesta fase, a divisão hierárquica seguia a seguinte ordem: nobres, homens livres e uma grande quantidade de escravos que realizavam trabalhos como mercadores, carpinteiros, professores e marceneiros.

História e características sociais, políticas e econômicas:

Por ser uma cidade bem sucedida e comercial, Atenas despertou a cobiça de muitas cidades gregas. Esparta se uniu a outras cidades gregas para atacar Atenas. A Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.) durou 27 anos e Esparta venceu, tomando a capital grega para si, que, a propósito, continuou riquíssima culturalmente.Alguns dos maiores nomes do mundo viveram nesta região repleta de escritores, pensadores e escultores, entre eles estão: os autores de peças de teatro Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes e também os grandes filósofos Platão e Sócrates.

Atenas destacou-se muito pela preocupação com o desenvolvimento artístico e cultural de seu povo, desenvolvendo uma civilização de forte brilho intelectual. Na arquitetura, destacam-se os lindos templos erguidos em homenagens aos deuses, principalmente a deusa Atena, protetora da cidade.

A democracia ateniense privilegiava apenas seus cidadãos (homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade) com o direito de participar ativamente da Assembléia e também de fazer a magistratura. No caso dos estrangeiros, estes, além de não terem os mesmos direitos, eram obrigados a pagar impostos e prestar serviços militares. Hoje em dia, Atenas tem mais de dois milhões e meio de habitantes, e, embora tenha inúmeras construções modernas, continua com suas ruínas que remetem aos memoráveis tempos antigos. A cidade é um dos principais pontos turísticos da Europa.



terça-feira, 20 de julho de 2010

Aos Alunos do 6º ano:


Grécia antiga:



Introdução:

civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-européia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.

Expansão do povo grego (diáspora):

Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como conseqüência do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos.Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios.

Sociedade da Grécia Antiga:

A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores.


Cultura e religião

Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período.
A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega.
A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Démeter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.
Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.
Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).







sexta-feira, 16 de julho de 2010

Aos Alunos do 8º Ano
Venho a Informá-los desde já o assunto para o mini-teste que será realizado no dia 11/08/2010. O Mini-teste será em dupla e será consultada (pesquisada). Mas entretanto é bom que vocês deem uma lida no capítulo. Também venho a informá-los que o aluno(a) que faltar no dia do mini-teste, sim poderá faze-lo mais entretanto perderá a oportunidade de faze-lo em dupla e com pesquisa. O assunto é: O Processo de Independência das Treze Colônias, Primeiro Reinado e Regência no Brasil.
Prof. Ítalo Vinicius.
Construindo a Liberdade: Independência nas Américas
Espanhola e Portuguesa

A conquista da Independência dos Estados Unidos e os acontecimentos na Europa deram início a um processo que se espalhou por todo o continente americano; as independências das colônias espanholas na América. Essa luta contra o domínio espanhol formou as primeiras nações independentes na América Latina.

O Processo de Independência na América Espanhola:

As guerras de independência na América espanhola foram as numerosas guerras contra o Império Espanhol na América espanhola, que ocorreram durante o início do século XIX, a partir de 1808 até 1829. O conflito começou em 1808, com juntas estabelecidas no México e Montevidéu, em reação aos acontecimentos da Guerra Peninsular. Os conflitos podem ser caracterizados tanto como uma guerra civil e uma guerra de libertação nacional como guerras internacionais (entre países), uma vez que a maioria dos combatentes de ambos os lados eram espanhóis e americanos, o objetivo do conflito por um lado foi a independência das colônias espanholas nas Américas. As guerras, em última instância, resultaram na criação de uma série de novos países independentes que se prolongam da Argentina e Chile, no sul, ao México, no norte. Apenas Cuba e Porto Rico permaneceram sob domínio espanhol, até à Guerra Hispano-Americana em 1898.
Os conflitos são geralmente relacionados com as
guerras de independência da América Latina, que incluem os conflitos no Haiti e o Brasil. A independência do Brasil compartilha com uma origem comum com a da América espanhola, uma vez que ambas foram acionados pela invasão da Península Ibérica por Napoleão em 1808. Além disso, o processo da independência dos países da América Latina ocorerram geralmente em um clima político e intelectual que emergiu da Idade do Iluminismo e que influenciou todas as chamadas Revoluções do Atlântico, incluindo as revoluções anteriores nos Estados Unidos e França. No entanto, as guerras, e a independência da, América espanhola foram resultado da evolução da situação única da monarquia espanhola.
Causas para a Independência da Améria Espanhola:

As causas foram divididas pela História para a melhor compreensão. Elas estão subdivididas em “ Causas Internas” e “Causas Externas vejamos agora as causas internas:
Causas internas:
São elas:
O desejo dos
Criollos de independência, que queriam mais poder político e maior liberdade econômica para exercer livremente a suas atividades econômicas (livre mercado), cuja produtividade foi prejudicada pelo controle do comércio por parte da metrópole e do estabelecimento de um regime monopólio, gabelas e obstáculos. Insistiam em assumir o controle dos Cabildos e da administração das colônias.
A ideia de que o Estado era um patrimônio da Coroa foi que, quando a Família Real, realizou-se em França as colônias não foram leais ao tribunal de Cádiz e o Supremo Conselho Central, mas que formaram juntas de governo cuja meta inicial era de regresso trono de Fernando VII.
A fraqueza da Espanha e de Portugal durante este período, que tinham perdido o seu papel na Europa. Isso foi reforçado quando Napoleão invadiu a Península Ibérica.
O descontentamento dos crioulos, que queriam a independência para alterar um sistema colonial que consideravam injusto por serem excluídos das decisões políticas e econômicas, e encontrar-se em muitos casos explorados.
Os ensinamentos partidos das universidades, academias literárias e das sociedades economicas. Difundiam ideais liberais e revolucionários (típicos do Iluminismo) contra a ação da Espanha nas suas colônias e tiveram grande influência sobre os líderes revolucionários, como o princípio da soberania nacional, o
contrato social de Rousseau e dos direitos individuais. Agora Vejamos as causas Externas:

Causas Externas:

São elas:

O vácuo do governo na Espanha causado sucessivamente por Napoleão e o constitucionalismo espanhol, abriu a oportunidade para a classe dirigente latino-americana, constituída por crioulos europeus dessem impulso e sustentassem o movimento, e a guerra pela independência como um meio de preservar e reforçar o seu status, diminuindo o risco de ser perdido, mas sem procurar uma mudança, a menos que a estrutura social americana (permanencia de castas ou escravos, etc), nem uma diminuição no seu âmbito administrativo. A chamada "Pátria" foi a característica essencial do movimento e, finalmente, prevaleceu em todas as partes da América relativamente a outros movimentos de independência, como o fracasso de Hidalgo no México, foi também acompanhado por uma verdadeira revolução social.
As Idéias liberais espalhados ao redor do mundo graças à
Encyclopédie.
Os encontros no exterior dos principais líderes da revolução e do envolvimento de alguns na
revoluções liberais na Europa, bem como os seus contactos com os governos estrangeiros que proporcionou-lhes a possibilidade de apoio externo e fontes de financiamento necessárias para os seus projetos independentistas.
O exemplo dos Estados Unidos da América, que ficou independente da Inglaterra (embora ainda longe de se tornar uma potência mundial, como aconteceria um século mais tarde), bem como o exemplo da França, cuja revolução proclamou a igualdade de todas as pessoas e seus direitos fundamentais, coisas que os índios e, em menor medida, os crioulos não possuiam em relação aos peninsulares.
Com o apoio que tiveram do
Reino Unido e Estados Unidos, interessados em que as colónias se tornassem independentes, a fim de poderem realizar um livre comércio com a América Latina.

Independências do México, Peru e Haiti:

Embora a independência das colônias Espanholas, quase em sua totalidade, tenha sido comandada pela elite criolla, houve também uma intensa participação popular na luta contra a exploração colonial na América Latina, especialmente nas colônias que organizaram o México, o Peru e o Haiti. Nos dois primeiros casos – México e Peru -, o questionamento contra a dominação espanhola teve inicio com rebeliões populares, mais os interesses da maioria criolla prevaleceram ao final do processo.Entretanto, no Haiti, colonia de dominação francesa, a luta pela independência teve um caráter popular mais acentuado, resultando inclusive na libertação de escravos.
México

Depois de quase três séculos sob domínio colonial
espanhol, os habitantes do Vice-Reino da Nova Espanha começaram a exigir a independência da sua nação devido a divergências políticas e religiosas com a coroa. No início do século XIX este sentimento ganhou força entre a elite da Cidade do México e, depois de algumas tentativas falhadas, a guerra foi declarada na madrugada de 16 de Setembro de 1810 pelo padre Miguel Hidalgo y Costilla na paróquia de Dolores Hidalgo, estado de Guanajuato (esta declaração ficou conhecida como Grito de Dolores).
O conflito prolongou-se por oito anos e esteve longe de ser um movimento homogéneo. Começou quase como se de uma guerra religiosa se tratasse sendo liderada por sacerdotes. No entanto passado pouco tempo tornou-se uma guerra republicana, tendo o exército realista praticamente posto fim à contenda após um par de anos. A luta independentista passou então a fazer-se sob a forma de uma guerra de guerrilha confinada às montanhas do sul até que um hábil coronel realista de nome
Agustín de Iturbide negociou alianças com quase todas as facções combatentes (incluindo o governo do vice-reino) tendo conseguido a independência de uma forma relativamente pacífica em 27 de Setembro de 1821, ainda que o reconhecimento formal de Espanha só tenha ocorrido em 28 de Abril de 1836.A antiga colónia espanhola passou a ser, de forma bastante efémera, uma monarquia constitucional católica com a designação de Império Mexicano o qual, após a independência das províncias da América Central bem como de alguns conflitos internos, se converteria numa república federal.


O Grito de Dolores:

Os planos independentistas foram descobertos pelo governo central, sendo os conspiradores alertados por Josefa Ortíz de Domínguez, mulher do Corregedor de Querétaro, de que havia ordens de captura emitidas contra eles. Pressionado por estes novos acontecimentos, Hidalgo decidiu iniciar imediatamente a luta pela independência, na manhã do dia 16 de Setembro de 1810 (sendo esta a data em que o México celebra a sua independência). Os sinos tocaram a rebate chamando a população a quem Hidalgo pediu que se juntassem à luta contra o governo espanhol e peninsulares, com o seu famoso Grito de Dolores: ”Viva a Virgem de Guadalupe! Morte ao mau governo! Viva Fernando VII!”. A população respondeu entusiasticamente e de imediato uma multidão começou a marchar em direcção à capital regional, Guanajuato. Os mineiros de Guanajuato juntaram-se aos trabalhadores de Dolores no massacre de todos os peninsulares que ofereceram resistência, incluindo o intendente, dirigente colonial na região.
A partir de Guanajuato as forças independentistas marcharam até à Cidade do México depois de terem capturado Zacatecas, San Luís Potosí e Valladolid. Em
30 de Outubro de 1810 foram enfrentados pelas forças realistas em Monte de Las Cruces e apesar da vitória dos independentistas, estes perderam o impulso inicial, fracassando na sua intenção de tomar a Cidade do México. Após várias vitórias, as forças insurgentes dirigiram-se em direcção ao norte, com destino ao Texas. Em Março do ano seguinte, os insurgentes foram emboscados e feitos prisioneiros em Monclova, no estado de Coahuila. Hidalgo, sendo sacerdote, foi julgado pela Santa Inquisição e declarado culpado de heresias e traição, sendo condenado à morte. Seria fuzilado no dia 31 de Julho de 1811. O seu corpo seria depois mutilado e a sua cabeça exposta publicamente em Guanajuato, como advertência aos possíveis insurgentes.
José María Morelos y Pavón e a declaração de independência:
Depois da morte de Hidalgo, a liderança do movimento insurgente foi assumida por
José María Morelos y Pavón. Morelos tomou as rédeas dos assuntos políticos e militares da insurreição planeando um movimento estratégico com vista a isolar a Cidade do México e a cortar as suas comunicações com as costas. Em Junho de 1813, foi por ele convocado um congresso nacional de representantes de todas as províncias, que teve lugar em Chilpancingo, actual estado de Guerrero, com o objectivo de discutir o futuro do México como nação independente. Os pontos mais importantes do documento emergente deste congresso foram a soberania nacional, o direito universal ao voto para todos os homens, a adopção do catolicismo como religião oficial, a abolição da escravatura e do trabalho forçado, o fim dos monopólios governamentais e o fim dos castigos físicos. A declaração de independência seria assinada a 6 de Novembro de 1813. Apesar de alguns êxitos iniciais das forças de Morelos, as forças coloniais conseguiriam romper o cerco feito à Cidade do México ao fim de seis meses, capturando posições em zonas vizinhas à cidade e acabando por invadir Chilpancingo. Depois destas derrotas o congresso (particularmente Ignacio López Rayon), em lugar de se unir de forma a conseguir a independência, decidiu deixar de reconhecer Morelos como generalíssimo e chefe supremo do exército incumbindo-o unicamente da tarefa de proteger o congresso. Morelos conseguiria proteger o congresso de tal forma que seria redigida uma constituição, jurada em Apatzingan em 22 de Outubro de 1814. A constituição concedia poderes absolutos ao congresso (no seio do qual se travava uma luta acesa) e este não tardaria a reunir de novo os efectivos necessários à continuação da luta deixando Morelos praticamente sem forças, com receio de que este tomasse o poder). Morelos seria capturado poucos meses depois durante uma escaramuça pela manutenção à distância dos realistas que perseguiam os congressistas, enfrentando o mesmo destino que Hidalgo. Seria fuzilado em 22 de Dezembro de 1815, depois de ser degradado e excomungado.

Peru:
A luta pela independência do Peru teve seu início já no final do século XVIII, com uma rebelião indígena denominada Revolta de Tupac Amaru. Em 1780, mais de sessenta mil indígenas questionaram a exploração espanhola. Embora fracassada, essa revolta contribuiu para fortalecer o desejo de libertação naquela região.Mais uma vez, na história das lutas pela independênciadas colônias sul-americanas, uma revolta terminou com violenta repressão por parte dos Espanhóis.
O vice-reino do Peru se tornou centro de resistência da Espanha durante as guerras de independência no início do século XIX e foi a última região a se tornar independente.

Haiti

A Revolução Haitiana(1791–1804) foi um período de conflito brutal no
colônia de Saint-Domingue, levando à eliminação da escravidão e a independência do Haiti como o primeiro república governado por pessoas de ascendência africana. Apesar de centenas de rebeliões ocorridas no Novo Mundo durante os séculos de escravidão, apenas a revolta de Saint-Domingue, que começou em 1791, obteve sucesso em alcançar a independência permanente, sob uma nova nação. A Revolução Haitiana é considerada como um momento decisivo na história dos africanos no novo mundo.
Apesar de um governo independente foi criado no Haiti, a sociedade continua a ser profundamente afetada pelos padrões estabelecidos sob o domínio colonial francês. Os franceses criaram um sistema de governo da minoria sobre a pobre analfabeto usando violência e ameaças. Como muitos fazendeiros tinham previsto para os seus filhos mestiços por mulheres africanas, dando-lhes educação e (para homens) e formação entrée para os militares franceses, os descendentes de mulatos tornaram-se a elite no Haiti após a revolução. Na época da guerra, muitos usaram seu
capital social para adquirir riqueza e alguns terrenos já adquiridos. Alguns tinham mais identificado com os colonos franceses que os escravos, e associada em seus próprios círculos. Sua dominação da política e da economia depois da revolução criou outra sociedade de duas castas, como a maioria dos haitianos foram os agricultores de subsistência rural. Além disso, o futuro da nação ainda nova foi literalmente hipotecada aos bancos franceses em 1820, como ele foi forçado a fazer reparações em massa para os proprietários de escravos francês, a fim de receber o reconhecimento francês e acabar com o isolamento político e econômico da nação. Estes pagamentos tornaram permanentemente afetada a economia do Haiti e de sua riqueza.









Atualização 2010.2

Caros alunos, o blog esta ativo e passando por processo de atualização, acesse e tire suas dúvidas que ficaram durante as aulas. Abraços e Bom Estudo!


Prof. Ítalo Vinícius

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Atualização do Blog

O Blog esta sendo atualizado para esse novo ano letivo de 2010 - Caros alunos e alunas utilizem esse meio para tirarem suas dúvidas, estudarem e tornarem as aulas de história muito mais interessantes - Bom Ano a todos - Prof. Ítalo Vinícius

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Apresentação dos Seminários do 8ª Ano

As apresentações do 8ª Ano iniciara amanha terça-feira, 11 / 08 / 09 . Prof. Ítalo Vinícius

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Aula 9º Ano - A Desegregação da Monarquia e Instalação da República no Brasil

Deodoro da Fonseca: executor de uma mudança construída ao longo do tempo



O processo histórico em que se desenvolveu o fim do regime monárquico brasileiro e a ascensão da ordem republicana no Brasil perpassa por uma série de transformações onde visualizamos a chegada dos militares ao poder. De fato, a proposta de um regime republicano já vivia uma longa história manifestada em diferentes revoltas onde a opção republicana dava seus primeiros sinais. Entre tantas tentativas de transformação, a Revolução Farroupilha (1835-1845) foi a última a levantar-se contra a monarquia. Podemos destacar a importância do processo de industrialização e o crescimento da cafeicultura enquanto fatores de mudança sócio-econômica. As classes médias urbanas e os cafeicultores do Oeste paulista buscavam ampliar sua participação política através de uma nova forma de governo. Ao mesmo tempo, os militares que saíram vitoriosos da Guerra do Paraguai se aproximaram do pensamento positivista, defensor de um governo republicano centralizado.
Além dessa demanda por transformação política, devemos também destacar como a campanha abolicionista começou a divulgar uma forte propaganda contra o regime monárquico. Vários entusiastas da causa abolicionista relacionavam os entraves do desenvolvimento nacional às desigualdades de um tipo de relação de trabalho legitimado pelas mãos de Dom Pedro II. Dessa forma, o fim da monarquia era uma opção viável para muitos daqueles que combatiam a mão-de-obra escrava. Até aqui podemos ver que os mais proeminentes intelectuais e mais importantes membros da elite agro-exportadora nacional não mais apoiavam a monarquia.
Essa perda de sustentação política pode ser ainda explicada com as conseqüências de duas leis que merecem destaque. Em 1850, a lei Eusébio de Queiroz proibiu a tráfico de escravos, encarecendo o uso desse tipo de força de trabalho. Naquele mesmo ano, a Lei de Terras preservava a economia nas mãos dos grandes proprietários de terra. O conjunto dessas transformações ganhou maior força a partir de 1870. Naquele ano, os republicanos se organizaram em um partido e publicaram suas idéias no Manifesto Republicano. Naquela altura, os militares se mobilizaram contra os poderes amplos do imperador e, pouco depois, a Igreja se voltou contra a monarquia depois de ter suas medidas contra a presença de maçons na Igreja anuladas pelos poderes concedidos ao rei. No ano de 1888, a abolição da escravidão promovida pelas mãos da princesa Isabel deu o último suspiro à Monarquia Brasileira. O latifúndio e a sociedade escravista que justificavam a presença de um imperador enérgico e autoritário, não faziam mais sentido às novas feições da sociedade brasileira do século XIX. Os clubes republicanos já se espalhavam em todo o país e naquela mesma época diversos boatos davam conta sobre a intenção de Dom Pedro II em reconfigurar os quadros da Guarda Nacional. A ameaça de deposição e mudança dentro do exército serviu de motivação suficiente para que o Marechal Deodoro da Fonseca agrupasse as tropas do Rio de Janeiro e invadisse o Ministério da Guerra. Segundo alguns relatos, os militares pretendiam inicialmente exigir somente a mudança do Ministro da Guerra.
No entanto, a ameaça militar foi suficiente para dissolver o gabinete imperial e proclamar a República. O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi reafirmado com a proclamação civil de integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que aparentou, a proclamação foi conseqüência de um governo que não mais possuía base de sustentação política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo, a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada.
Por Rainer Sousa

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Indepêndencia das Treze Colônias - Estados Unidos da América - Aula 8º Ano




No século XVIII, observamos o processo de crise das monarquias absolutistas, sinalizando o fim de um período chamado pelos liberais de Antigo Regime. Combatendo os princípios religiosos, filosóficos e políticos que fundamentavam a definição de um poder centralizado e a manutenção de certas práticas feudais, as revoluções burguesas sinalizavam a criação de uma nova forma de poder estabelecido. De acordo com a historiografia, a primeira experiência revolucionária a defender as idéias iluministas e reivindicar o fim da opressão monárquica, ocorreu no território das Treze Colônias inglesas. De posse da Coroa Britânica, as Treze Colônias desenvolveram certas peculiaridades econômicas, políticas e culturais. Sem contar com um modelo homogêneo de exploração colonial, os habitantes dessa região tinham uma relação diferente com sua metrópole. Conhecida como “negligência salutar”, a liberdade concedida pelo governo britânico aos colonos norte-americanos foi responsável pelo florescimento de um espírito autônomo e a consolidação de diferentes formas de exploração do território. Ao sul, a economia baseada na plantation de exportação sustentada pelo trabalho escravo fazia contraste com as pequenas propriedades e as atividades comerciais empreendidas pelos colonos do norte. Ao longo do século XVII, o envolvimento da Inglaterra em guerras pela Europa tornou-se um dos grandes fatores explicativos de toda liberdade política e econômica concedida às Treze Colônias. Entre os conflitos em que a Inglaterra se envolveu, a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763) foi responsável pelo esvaziamento dos cofres públicos do país. Buscando sanear suas contas, a Inglaterra resolveu enrijecer suas relações com as colônias. Em 1764, a chamada Lei do Açúcar obrigava os colonos a pagar uma taxa adicional sob qualquer carregamento de açúcar que não pertencesse às colônias britânicas. Com tal exigência, a autonomia econômica dos colonos começava a ser ameaçada. No ano seguinte, a Lei do Selo exigia a compra de um selo presente em todos os documentos que circulassem pelo território. Já em 1773, a Lei do Chá obrigava a colônia a consumir somente o chá oriundo das embarcações britânicas. Inconformados com tais desmandos e inspirados pelos escritos dos pensadores John Locke e Thomas Paine – francos opositores da dominação colonial – os colonos norte-americanos começaram a se opor à presença britânica nas Treze Colônias. Em dezembro de 1773, organizaram uma revolta contra o monopólio do chá que ficou conhecida como Boston Tea Party. Intransigente aos protestos coloniais, a Inglaterra decidiu fechar o porto de Boston (local da revolta) e impor as chamadas Leis Intoleráveis.
No ano seguinte, reunidos no Primeiro Congresso da Filadélfia, os colonos redigiram um documento exigindo o fim das exigências metropolitanas. No Segundo Congresso da Filadélfia, ocorrido em 1776, os colonos resolveram romper definitivamente com a Inglaterra, proclamando a sua Independência. Não reconhecendo as resoluções do Congresso da Filadélfia, a Inglaterra entrou em conflito contras as 13 colônias. Esses confrontos marcaram a chamada Guerra de Independência das Treze colônias. Apoiados pelos franceses, inimigos históricos da Inglaterra, as Treze Colônias venceram a guerra, tendo sua independência reconhecida em 1783. Adotando um sistema político republicano e federalista, os Estados Unidos promulgaram sua carta constitucional em 1787. Os ideais de liberdade e prosperidade defendidos pelos fundadores da república norte-americana não refletiam a situação dispares dos estados do Norte e do Sul. Tais diferenças acabaram por promover um conflito interno, que ficou conhecido como Guerra de SecessãoNo século XVIII, observamos o processo de crise das monarquias absolutistas, sinalizando o fim de um período chamado pelos liberais de Antigo Regime. Combatendo os princípios religiosos, filosóficos e políticos que fundamentavam a definição de um poder centralizado e a manutenção de certas práticas feudais, as revoluções burguesas sinalizavam a criação de uma nova forma de poder estabelecido. De acordo com a historiografia, a primeira experiência revolucionária a defender as
idéias iluministas e reivindicar o fim da opressão monárquica, ocorreu no território das Treze Colônias inglesas. De posse da Coroa Britânica, as Treze Colônias desenvolveram certas peculiaridades econômicas, políticas e culturais. Sem contar com um modelo homogêneo de exploração colonial, os habitantes dessa região tinham uma relação diferente com sua metrópole. Conhecida como “negligência salutar”, a liberdade concedida pelo governo britânico aos colonos norte-americanos foi responsável pelo florescimento de um espírito autônomo e a consolidação de diferentes formas de exploração do território. Ao sul, a economia baseada na plantation de exportação sustentada pelo trabalho escravo fazia contraste com as pequenas propriedades e as atividades comerciais empreendidas pelos colonos do norte. Ao longo do século XVII, o envolvimento da Inglaterra em guerras pela Europa tornou-se um dos grandes fatores explicativos de toda liberdade política e econômica concedida às Treze Colônias. Entre os conflitos em que a Inglaterra se envolveu, a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763) foi responsável pelo esvaziamento dos cofres públicos do país. Buscando sanear suas contas, a Inglaterra resolveu enrijecer suas relações com as colônias. Em 1764, a chamada Lei do Açúcar obrigava os colonos a pagar uma taxa adicional sob qualquer carregamento de açúcar que não pertencesse às colônias britânicas. Com tal exigência, a autonomia econômica dos colonos começava a ser ameaçada. No ano seguinte, a Lei do Selo exigia a compra de um selo presente em todos os documentos que circulassem pelo território. Já em 1773, a Lei do Chá obrigava a colônia a consumir somente o chá oriundo das embarcações britânicas. Inconformados com tais desmandos e inspirados pelos escritos dos pensadores John Locke e Thomas Paine – francos opositores da dominação colonial – os colonos norte-americanos começaram a se opor à presença britânica nas Treze Colônias. Em dezembro de 1773, organizaram uma revolta contra o monopólio do chá que ficou conhecida como Boston Tea Party. Intransigente aos protestos coloniais, a Inglaterra decidiu fechar o porto de Boston (local da revolta) e impor as chamadas Leis Intoleráveis.
No ano seguinte, reunidos no Primeiro Congresso da Filadélfia, os colonos redigiram um documento exigindo o fim das exigências metropolitanas. No Segundo Congresso da Filadélfia, ocorrido em 1776, os colonos resolveram romper definitivamente com a Inglaterra, proclamando a sua Independência. Não reconhecendo as resoluções do Congresso da Filadélfia, a Inglaterra entrou em conflito contras as 13 colônias. Esses confrontos marcaram a chamada Guerra de Independência das Treze colônias. Apoiados pelos franceses, inimigos históricos da Inglaterra, as Treze Colônias venceram a guerra, tendo sua independência reconhecida em 1783. Adotando um sistema político republicano e federalista, os Estados Unidos promulgaram sua carta constitucional em 1787. Os ideais de liberdade e prosperidade defendidos pelos fundadores da república norte-americana não refletiam a situação dispares dos estados do Norte e do Sul. Tais diferenças acabaram por promover um conflito interno, que ficou conhecido como Guerra de Secessão


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Grandes Navegações


Navegações portuguesas, pioneirismo português, Vasco da Gama e a chegada às Índias, instrumentos de navegação, bússola, astrolábio, descobrimentos marítimos, viagem de Cristovão Colombo, viagem de Pedro Álvares Cabral, Escola de Sagres e as Caravelas.
Introdução

Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época (saiba mais em absolutismo e mercantilismo).


Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.

Planejamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.
Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.

Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.

Navegações portuguesas e os descobrimentos

No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.



Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.
Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.

Navegações Espanholas

A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês Cristovão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os índios da América ( maias, incas e astecas ), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.




sábado, 1 de agosto de 2009

Atualização de Blog

O Blog esta passando por processo de Atualização

3º Bimestre

Caros alunos vamos voltar para esse bimestre com força total.

História do Egito Antigo - 6º Ano

Religião politeísta, Economia, Sociedade, pirâmides, faraós, cultura e ciência dos egípcios, escrita hieroglífica, Rio Nilo, história da África, desenvolvimento científico, cultura e arte.
Introdução

A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3200 a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.c (domínio romano).
Como a região é formada por um
deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura.
A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e
escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras.Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.
A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de idéias, comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas principais de escrita: a demótica (mais simplificada) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamado papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para registrar os textos.
A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, diques).
A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam : chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque),
águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição).
A
civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.
No campo da arquitetura podemos destacar a construção de templos, palácios e pirâmides. Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós. Grande parte delas eram erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando mão-de-obra escrava. As pirâmides e a
esfinge de Gizé são as construções mais conhecidas do Egito Antigo